sábado, 28 de maio de 2011

Segundo Silvo

Em 1989 (EUA) surgia um dos mais apetecidos "remakes". A 2ª versão de um veículo Cobra, o "Sentinela de Alta Velocidade", H.I.S.S. II.


Com lugar para piloto e co-piloto, artilheiro de torre, 4 tropas na sua "bagageira" e mais dois no exterior, foi uma clara evolução do seu antecessor, o original e clássico (nunca lançado em Portugal)... Cobra H.I.S.S.


Mais "musculado", volumoso e bem armado, era certo que se tornaria num adversário de respeito para os G.I.Joe.

  
Armamento: Canhão triplo de termo-propulsão assente numa torre platinada a titânio, 2 metralhadoras de 100mm, 2 mísseis de superfície totalmente silenciosos e uma vasta capacidade defensiva em termos de casco. Tudo num tanque de alta velocidade.


O acesso ao cockpit era também diferente em termos de design. Enquanto o original era acedido através de "pop-up" do vidro, o H.I.S.S. II contava com um cockpit que descia 45º para que os pilotos entrassem. E aqui, surgia outra novidade na linha... os clips de cintura.


Em 1989, o H.I.S.S. II tornava-se o primeiro veículo a utilizar este sistema (a série seguinte traria meia dúzia de veículos equipados com semelhante atributo) que facilitava sobremaneira a estabilidade das figuras quando a brincadeira se tornava mais atribulada.


Se este veículo, com o seu sistema de acesso ao cockpit foi a razão desta criação, é incerto. Até aí, eram usados cintos de segurança que embora dessem um ar mais realista ao veículo e piloto, como brinquedo tornava-se mais difícil de preparar. No entanto, ambos os sistemas continuariam a ser usados em paralelo nos anos seguintes.


O H.I.S.S. II chegaria a Portugal em 1991.

 
Sendo um veículo fantástico a muitos níveis, senão quase todos (excepção feita às lagartas não-funcionais), o seu grande trunfo estava na sua traseira. Sendo um veículo de ataque era também uma unidade de transporte de tropas. 


Usando um sistema de "tabuleiro", 4 lugares tornavam-se assim acessíveis às forças de defesa ou invasão (mediante o plano de combate). Na foto, 4 Frag-Vipers. A ausência de capacidade de transporte era uma das falhas do H.I.S.S. original que datava de 1983 e que a Hasbro colmatou 6 anos depois. Este era um ano de melhorias, ou pelo menos, novas perspectivas, como o caso do F.A.N.G. II.


Incluído, vinha o piloto deste veículo, Track Viper.  Pesados e de grande estatura, eram gozados pela infantaria Viper. A piada girava em torno da ideia que tais indivíduos só se candidatavam ao lugar de "Track Viper" por serem demasiado lentos ou desastrados para terem lugar na infantaria. A verdade é que a sua "construção" lhes dava vantagens noutros campos, enquanto operadores de maquinaria pesada. Além de tomarem conta de tudo o que se passava dentro do H.I.S.S. II, caso houvesse uma emergência fora dele, a sua força física seria útil na manutenção debaixo de fogo.

 

terça-feira, 24 de maio de 2011

Jai Alai... com granadas!

Muita gente que via o Jackass na MTV poderá encontrar neste post uma lembrança. Por outro lado, aos fãs de G.I.Joe a lembrança dos Frag-Vipers terá vindo quando (e se) viram o episódio 2 da season 2 de Jackass. A Hasbro lembrou-se deste conceito em 1989 ao criar o Frag-Viper.


Refiro-me ao Jai Alai. Nesse episódio, Steve-O e Johnny Knoxville serviram de alvos a praticantes do jogo também chamado "zesta punta" em Basco ou "cesta-punta" em Espanha. É considerado (por muitos) o jogo mais rápido do mundo com a bola a ultrapassar os 300 km/h. Um conceito que os Cobra souberam associar aos seus Vipers com mestria!


Enquanto o desporto é praticado com uma "pelota", estes Vipers usavam granadas! A força do soldado aliada à curva da "xistera" - o cesto curvo que impele uma tremenda velocidade ao objecto atirado, tornavam estas unidades viper um temível adversário.Quanto à figura, enquanto brinquedo, a cesta funcionava mesmo. No entanto, ou se lançava para uma zona bastante clara ou depois era preciso procurar a granada com olhos de águia! 


O Frag-Viper é uma figura fantástica. Além do original conceito já referido, o capacete assemelha-se a um elmo medieval tornando a figura extremamente cativante. Em termos de animação, estas figuras tiveram os seus minutos de fama no ataque ao mosteiro que escondia o segredo de Dragonfire, uma energia vinda da terra que os Cobra quiseram (e a certa altura conseguiram) controlar. Os Frag-Vipers faziam parte do corpo de invasão e usando as suas granadas lançadas a grande distância, conseguiram causar a confusão e separar as unidades G.I.Joe presentes no local.


Equipado com uma mochila carregada de granadas que alimentavam a cesta constantemente, trazia também uma pistola metralhadora e um tubo que ligava ao capacete e que servia para fazer a medição de distância e temporizar os explosivos. Os Frag-Vipers faziam parte da equipa de fogo dos Vipers e a grande vantagem desta unidade era a forma silenciosa como conseguiam lançar os explosivos de fragmentação (daí o nome da figura) à mesma distância de munições lançadas por lança-granadas. Os Joes estimavam que estes Vipers podiam lançar mais de 15 granadas antes que se pudesse triangular a sua posição!


Original da 8ª série em 1989 (EUA), chegaria ao mercado português em 1991 (a 5ª série em Portugal) com os típicos dois anos de atraso. Esse mesmo ano, que volto a referir, terá sido o último ano de figuras de excelente qualidade, era finalmente o ano em que era transmitido na TV portuguesa (RTP1)... G.I.JOE!

 

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Venda por catálogo

Em 1988, incluído em alguns veículos comprados em Portugal, vinha um catálogo com itens exclusivamente obtidos por encomenda. Nessa altura, era difícil saber que muitos deles não eram mais que ou excedentes dos processos de fabrico ou reutilização de moldes usando cores de plástico diferente, e que numa manobra já utilizada há muito nos EUA, eram disponibilizados (sem caixa) ao consumidor via correio.

 
Infelizmente para nós portugueses, a oferta era válida apenas para residentes no Reino Unido, Irlanda e Ilhas do Canal. O que não impediu este que vos escreve de tentar a sua sorte (e pelo menos mais um que eu conheça). Obviamente que não só perdi o meu tempo, como o dinheiro. É possível que o processo legal não contemplasse uma restituição do dinheiro baseado no facto de ter ignorado a alínea referente aos países incluídos na "oferta".


O catálogo era tentador. Incluía 2 veículos nunca antes vistos (em Portugal) e uma nova figura. No auge da sua popularidade, este era mais um detalhe que fazia esta colecção única. Obviamente que com o passar dos anos e especialmente a globalização da informação através da Internet, tornou-se claro que este processo de venda por catálogo não era exclusivo da Hasbro ou da marca Action Force (G.I.Joe), mas terá sido este fabricante que nos anos 80 e 90 maior e melhor uso terá dado ao conceito.


O processo era simples. Assim como já postado em relação ao Super Trooper, recortavam-se os pontos impressos nas caixas dos veículos (quanto maior o veículo, maior o número de pontos) e figuras (1 ponto apenas). Preenchia-se o formulário, adicionava-se o número de pontos correspondente à figura ou veículo pretendido, acrescentava-se o valor (em Libras Esterlinas) e enviava-se para a Hasbro UK. E no meu caso, ignorando o aviso relativo às zonas/ países abrangidos pela oferta, fiquei à espera até hoje...   


Anos volvidos (enquanto esperava), comprei online um dos veículos que esse catálogo disponibilizava. O Cobra Night Landing. Original de 1985, nunca esteve disponível nas lojas em Portugal. Com a cor Azul Cobra tradicional do veículos do "Inimigo", tinha o aspecto e realismo militar que fazia as delícias dos adeptos de G.I.Joe


  O outro veículo que o catálogo promovia era o Weapon Transport, também de 1985 (EUA) e que também estava indisponível para compra nas lojas em Portugal. Acima, vemos a versão G.I.Joe, que não seria aquela que no Reino Unido era enviado por correio. A diferença reside apenas nos autocolantes (Action Force).


Finalmente, a figura que constava no catálogo, Steel Brigade. Esta era uma figura "personalizada", ou seja, para a obter, era preenchido um formulário que fazia da criança (ou coleccionador) um elemento activo de Action Force (G.I.Joe). Eram escolhidas as especialidades militares, ramo das forças armadas, escolaridade, etc. Disponível nos EUA desde 1987 (também e exclusivamente por catálogo), esta figura estando ligada à promoção do Reino Unido em 1988/ 89 e válida até Junho de 1990, foi enviada até final desse mesmo ano, sendo que nos EUA, a promoção esteve activa até 1992.  


Houveram no total 6 versões desta figura "Steel Brigade", sendo que na Europa, apenas 2 tivessem sido distribuídas em larga escala. No entanto, é natural que algumas das outras versões se tornassem "substitutos" para as encomendas que naturalmente terão sido muitas. Por isso é difícil saber quais as versões que terão na realidade aparecido "oficialmente" em países europeus. Uma coisa é certa, em Portugal, apenas importados...



As ofertas por catálogo não se ficavam pelos brinquedos. Havia mais "merchandise" como chapéus, relógios e cassetes de vídeo em VHS com episódios Action Force (versões europeias dos originais GIJoe da Marvel/ Sunbow). Tudo isto, infelizmente, indisponível para os aficionados em Portugal.

  
 

terça-feira, 3 de maio de 2011

G.I.Joe: O Ataque dos Cobra

Embora tivesse este post planeado para mais tarde, os emails recebidos (que aproveito para agradecer agora publicamente) onde questões como "e os novos Joes?", "Que achaste do filme?" e "E o próximo filme?" fizeram com que fosse de certo modo pertinente iniciar a etiqueta "Rise of Cobra". Assim, achei que a melhor forma de o fazer seria transcrever o conteúdo da crítica ao filme "G.I.Joe - O Ataque dos Cobra" que tive oportunidade de fazer no jornal de Cascais "Costa do Sol".


Assim e sem mais demoras, segue o texto na íntegra...


Em defesa de um bom filme (G.I.Joe – O Ataque dos Cobra)


Sendo cascalense, filho de assinantes do jornal e fã incondicional do universo que proporcionou a Stephen Sommers a realização do filme que estreou em Portugal no passado dia 13, tenho finalmente uma oportunidade de escrever, sabendo do que falo, ao jornal da minha terra.
      Muito se tem falado nos últimos dias do “filme do antigo brinquedo”, de mais um filme sobre “figuras de acção”. A verdade é que se referem, provavelmente sem saber, à mítica linha de brinquedos da Hasbro, que na verdade, inventou o termo “figura de acção”. Foi apelidado de “mais um blockbuster de verão” e imediatamente associado a “franchises” como Transformers, X-Men, etc. É incomparável. Assim como não se compara o Super-Homem ao Homem-Aranha.



No formato que serviu de inspiração ao filme, G.I.Joe chegou a Portugal como “Action Force – Os Heróis Internacionais” em 1987, nome emprestado pelos britânicos. Foi preciso esperar pelo final dos anos 80 para ver comercializados os “bonecos” no seu nome verdadeiro, não sendo de  admirar que a geração que agora dobra os 20 não os conheça. Desde 1997, à semelhança do que fez com “Star Wars” nos últimos anos, a Hasbro virou-se para o mercado dos coleccionadores. E em Portugal, infelizmente para muitos, os brinquedos são cada vez mais as consolas. A verdade é que “G.I.Joe - A Real American Hero (o verdadeiro herói americano, onde a história do filme assenta na sua esmagadora maioria)” sendo desde 1982 o maior sucesso da Hasbro, já havia sido sondado várias vezes no sentido de se fazer um filme para além da animação. Depois do sucesso da parceria com a Paramount noutros projectos (em que também se incluem os Transformers, e não apenas), a Hasbro emprestou a jóia da coroa para gáudio dos que por este momento esperavam há muitos, muitos anos. 
Só por falta de informação é que alguém entra na sala de cinema à espera de um filme repleto de realismo militar. G.I.Joe fazia parte (na sua vertente de desenhos animados) da há muito perdida mão cheia de animações que ensinavam alguma coisa às crianças. A serem honestos, a terem cuidado com desconhecidos, a serem o melhor que podiam ser. O filme acaba por colocar tudo isso numa misturadora de efeitos especiais e debitar duas horas de puro entertenimento ao espectador. 


 Como fiel fã de G.I.Joe, devo confessar que, quando a notícia de que o filme estava em fase de “casting” saiu, receei o pior. Com o passar do tempo, ao ler o desenvolvimento dos acontecimentos, artistas envolvidos, direcção, produção, tive esperança que estivessem no caminho certo, e senti-me aliviado quando o constatei na sala de cinema. 



 Tendo viajado de Portugal a França para ver o filme que só uma semana depois estreava em portugal, senti-me satisfeito (mesmo vendo o filme dobrado em francês, "G.I.Joe - Le Réveil du Cobra", vinguei-me ao ver a ante-estreia e estreia no regresso a Portugal). Os detalhes, os diálogos, a atmosfera, tudo se inseria no mundo criado pela Hasbro há quase 3 décadas atrás.    Pequenas homenagens são captadas pelo fã atento. As cenas com o avião supersónico Cobra Night Raven são um ponto alto do filme, assim como o tão esperado duelo entre os ninjas “Storm Shadow” e “Snake-Eyes”.



A expectativa era grande, a fasquia também. O director Stephen Sommers sabia-o e assumiu-o com alguma dose de coragem e risco. Tendo Larry Hama (o criador das histórias originais) como consultor, procedeu a algumas alterações aos personagens e à história de fundo, no sentido de globalizar a “equipa” G.I.Joe que era até ao momento, uma referência norte-americana. Numa altura em que as conversões de personagens icónicos para o grande ecrã são cada vez mais comuns, e tão requisitadas como criticadas, o filme podia ser melhor, podia ser pior, mas o importante é que não fosse estragado a nível de história e credibilidade. E não foi. Quem se lembre das figuras de acção e tenha presente os seus tempos de menino com os fantásticos veículos, vai adorar. Carregado de acção e cenas que embora não sejam memoráveis ou dignas de um óscar, são visualmente impressionantes. Nota-se perfeitamente a mão do director de “A Múmia” e “Van Helsing” neste filme com direito a mais explosões que num filme de Michael Bay. O próprio referia em entrevista que terá sido, numa das perseguições mais originais do cinema, batido o recorde de explosões de carros num filme. Não se dá pelo passar do tempo, sendo que Stephen Sommers cumpriu com a promessa de ritmo. Com uma fórmula de casting semelhante ao “Star Wars” original (um astro para cada cinco ilustres desconhecidos), tendo Dennis Quaid, o veterano dos filmes de acção, a liderar a organização internacional, Marlon Wayans (Scary Movie) num pouco habitual papel de herói e alguns outros nomes conhecidos a servir de âncoras, os actores não desiludem e a história não perde.  


 Para a geração entre os 30 e 35 é um filme que trará nostalgia. Para os pouco mais jovens, algumas memórias, para todos os outros, muita diversão. É preciso não esquecer que o filme é largamente baseado no universo das figuras de acção e do seu mundo com as vertente do bem e do mal bem definidas, com os vilões a tomarem o mundo de resgate e os heróis a salvarem-no. Não é um filme sério, assim como não está perto de ser ridículo.
      Com lutas que lembram Jackie Chan, tanto na técnica como na comédia, é uma película de acção equilibrada. Com momentos de humor, outros de drama e até um pouco de romance, as quase 2 horas de filme são tudo menos perdidas. Não sendo um filme excelente e contextualizando no estilo, talvez até mediano, é um bom filme de matiné que já conseguiu em termos mundiais, atingir uma soma que permitisse garantir a sequela.
      Quem queira um filme de pipocas e divertir-se um pouco não sairá desiludido. Provavelmente irá até pesquisar um pouco no google quando chegar a casa.

Yo Joe!

  E para finalizar, um trailer com legendas em Francês (o que eu não daria para que tivesse sido assim em França)...