quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Jumanji ... Joe Ghoststriker X-16




1995, Portugal.  Estava à venda a série de 1993 (12º série nos Estados Unidos). Longe de ser completa, uma vez que a popularidade da marca vinha sendo cada vez menor, fosse por culpa da qualidade dos acabamentos, direcções tomadas por quem decidia ou opções de marketing. Assim, dos 16 veículos da série regular e, não contabilizando exclusivos, apenas 6 chegaram a Portugal. O risco era calculado. Em retrospectiva, para bem dos investidores e mal dos entusiastas de G.I.Joe, estavam certos. 10 anos depois ainda existiam lojas a tentar vender a 50% (e até menos) os restos de Street Fighter II e Star Brigade...


Bonnie Hunt - Jumanji TriStar Pictures

 1995, foi também o ano de estreia de Jumanji. Nessa altura, nada tinham em comum, como hoje, com o lançamento de Jumanji 2: Welcome to theJungle, têm o fator comum Dwayne "THE ROCK" Johnson, a versão moderna de Schwarzenegger/Stallone que foi a estrela de "GIJOE 2: Retaliation". Mas de volta ao passado (1995) e é aqui que as duas histórias se cruzam: um "cameo" de brinquedos G.I.Joe na cena da loja de descontos "$ir $av-A-Lot".  Na confusão das prateleiras pilhadas pelos locais, aparecia o HQ de 1992, que nunca foi vendido em Portugal, e o Ghoststriker X-16.

1993 Ace / Ghoststriker X-16

O Ghoststriker X-16 era nada mais nada menos que uma visão criativa do F-16B Fighting Falcon. Até certo ponto, era uma agradável surpresa. G.I.Joe foi sempre uma marca conhecida pelas interessantes variantes de equipamento militar existente ou em desenvolvimento.  Nos últimos anos, perdera o seu fulgor ao (tentar) ombrear com as modas que moldassem o mercado e progressivamente perdera também a identidade que outrora moldara, ela própria, o mercado e as estratégias da concorrência. O X-16 era assim um regresso às origens. Mais ou menos... O corpo do veículo era da cor certa, a escala satisfazia... 


... e depois vieram os duendes do design e espalharam o "Pixie Dust". 2 canhões de um verde fluorescente com 6 mísseis de um laranja igualmente agressivo à vista, para evitar que as crianças do final de milénio os engolissem por engano. Não deixa de ser curioso que os mísseis eram ativados por mola (spring-loaded) quando encaixados nos ditos canhões e tinham bastante força de saída, que provavelmente causaram danos quando eventualmente apontados a zonas mais sensíveis do corpo... ou da casa... 


 Numa nota mais brilhante, este veículo vinha equipado com um sistema de luz e "aquisição de alvos" e um manípulo retráctil que servia de cabo/pega, com um gatilho que simulava o canhão "gatling" de (35!)mm. Inicialmente recolhido, o sistema estava desligado e em silêncio. Quando activado, em modo "voo", ouvia-se o som do motor (para a época, bastante bom) e era projectada uma luz para a frente do avião por debaixo do nariz (onde geralmente é a entrada de ar do motor do F-16). 



Tinha um sistema de disco com imagens, que além do retículo sem alvo, trazia grafismos do Cobra Glider, Liquidator, Rattler e Hurricane. Quando premido o gatilho durante alguns segundos, ouvia-se o metralhar e um som de explosão que fazia o alvo desaparecer. Não era a pior das ideias. Certamente melhor que transformar um F-22 numa bisnaga...


 Alguns veículos vendidos em Portugal, como em Espanha, Reino Unido e Itália, desde 1988/89 apresentavam grafismos diferentes nas caixas quando comparados com os seus homólogos americanos. O Ghoststriker X-16 era mais um caso de sucesso na diferença.  


O meu primeiro X-16 foi comprado numa loja Jumbo, e marcou o regresso ao interesse que a par de muitos outros coleccionadores, se havia desvanecido no ano anterior. Convém voltar a referir que embora esteja a falar de 1995, o contexto é Portugal, e a série era a de 1993 no Estados Unidos. Assim, do ano anterior, era a série de 1992 americana, que muitos acordam ter sido a fronteira que nunca deveria ter sido ultrapassada. Era uma altura confusa em Portugal para fazer contas aos anos das séries, mas interessante. Isto porque em 1993 havia chegado a Portugal a Toys R Us. E sendo que era ToysRUs Iberia a definir estratégias de marketing, recebíamos muitas coisas que tinham em Espanha, vindas de outras lojas Toys R US pela Europa (e não só), inclusive modelos chineses. Mas esse é mais um capítulo da história a explorar mais tarde...   


Naquela altura tinha um mealheiro que era uma fancan de metallica onde ia pondo uns trocos para cds, tshirts e cassetes vhs. Depois de ver o X-16 à venda, fui a casa despejar a lata que tinha pouco mais de 3000$ escudos, que embora fosse em conversão 15€ hoje em dia, seria perto de 30€ considerando a inflação. O Ghoststriker, posso dizer, foi o responsável pela recuperação do meu interesse em G.I.Joe, e sem mais interrupções, até hoje. 

2 comentários:

  1. Novamente, um bom artigo sobre os veículos.

    Recordo-me da altura que havia essas rebaixas de preços, no qual adquiri (somente) as naves STARFIGHTER e INVADER cada a 10 euros!! E uma ou outra figura Star Brigade...

    Se soubesse melhor comprava o stock todo nas prateleiras!

    ResponderEliminar
  2. Agradecido, Luís!
    Verdade, o "Starfighter/Invader" combo era mais comum. Mas a boa notícia é que se tiveres agarrado mais que um Invader, é uma boa peça para troca, sendo que a versão americana não trazia piloto, Payload.

    ResponderEliminar