sábado, 20 de agosto de 2011

No Top10 dos brinquedos perigosos

Em 1991, o criador da W.A.T.C.H. (mundo contra males causados por brinquedos - mais coisa menos coisa), o senhor Edward M. Swartz (1934-2010), publicou a lista dos 10 brinquedos mais perigosos vendidos nos EUA. Uma lista anual que até à data da sua morte contava já com cerca de 40 edições e pretendia sensibilizar os pais a evitar certos brinquedos que por razões por ele apontadas seriam passíveis de serem perigosos. Para espanto de alguns, o número 7 era ocupado pelo veículo de ataque polar Cobra Ice Sabre...   

 

Fosse por essa razão, no sentido em que a WATCH em 1991 já tinha algum poder de pressão no mercado, ou por mero acaso, a verdade é que nunca consegui encontrar este veículo à venda em Portugal. A série de 1991 (EUA) seria lançada em território nacional em 1993 e com forte apoio de desenhos animados, tinha nessa altura uma presença considerável nas grandes superfícies. Quanto ao Ice Sabre, nem vê-lo...


Notícia publicada no jornal diário Correio da Manhã, foi-me gentilmente enviada por um seguidor ao qual fico agradecido pela oportunidade de pesquisa que me proporcionou. Não sabia desta história, e a ausência do Sabre pode ter assim sido desmistificada.  


Na opinião do agora falecido autor da lista, o disparo da cinta de fulminantes associada ao lança-mísseis podia ferir a audição dos utilizadores assim como o impacto dos mísseis projectados por mola. A maior preocupação para os coleccionadores, era o facto deste veículo estar no top10... dos veículos mais frágeis da colecção. É de uma fragilidade incrível. Tenho 3 na minha colecção e apenas 1, que pode ser visto nas imagens, está em estado decente. Outro partiu precisamente no lança-mísseis (que é impossível reparar de forma a torná-lo funcional) e um 3º tem uma lista de "lesões" lamentavelmente longa. 


Sendo aceitável a sua preocupação, a Hasbro não retirou do mercado (americano, pelo menos) o Cobra Ice Sabre e como já referi, não tendo encontrado em Portugal este veículo, tenho conhecimento da sua comercialização na Europa, ou pelo menos, da produção das caixas europeias. Seria interessante saber se algum leitor português conseguiu encontrar uma peça destas em território nacional... 


Quanto ao funcionamento do lança-mísseis e do seu som produzido pelo rebentamento do fulminante, acabava por ser um regresso a anos "idos", uma vez que as gerações anteriores à proibição destas miniaturas da pirotecnia certamente se lembrariam dos anos 80 e das "raspas" e "bombinhas da china", assim como as fitas de fulminates para pistolas de brincar. Para quem não era desse tempo, este veículo trazia assim esta novidade, sendo que no fim dos seus 16 disparos (8 por tampa) seria virtualmente impossível encontrar substitutos. 


O Ice Sabre era um veículo de ataque polar, com capacidade para 9 ocupantes. Fortemente armado, veloz e difícil de detectar em ambientes gelados, para os quais havia sido desenhado. Um canhão frontal cuja função primária seria o desbloqueamento de vias, podia ser usado contra veículos ou pessoal. 2 canhões com capacidade para fogo anti-aéreo e uma rampa de lançamento com 4 mísseis de neutrões guiados por laser.


No interior do habitáculo, havia lugar para 3 ocupantes em assentos construídos numa plataforma rotativa. Sendo que era um cockpit aberto, qualquer um podia pilotar o Sabre ou disparar sobre inimigos... alternando conforme a necessidade. Um conceito interessante. O design do Ice Sabre é futurista mas assente em bases bem reais. Com lagartas a promover a tracção, usava skis na zona frontal para deslizar no gelo e na neve e evitar a perda de velocidade. No fundo, o sistema das motos de neve. 

 

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